7 pontos do Papa Francisco para pensar a juventude atual

31 de Marzo de 2021

[Por: Carlos Eduardo Cardozo]




O Papa Francisco tem um carinho e um olhar de atenção especial com a juventude. É um Papa que gosta de encontrar-se com os jovens, de falar para os jovens, de fazer selfies e de motivá-los para uma vida mais próxima de Deus e da Igreja.

 

Temos hoje na Igreja um Papa que ama a juventude: um papa de 85 anos que cativa os jovens. Um papa que faz selfie, que tem um sorriso largo, constante; um papa que fala simples e direto, repetindo o que quer acentuar e fazendo com que os jovens repitam junto, um papa que usa as redes sociais, um papa para os tempos modernos, um papa para os jovens, com os jovens, pelos jovens. Assim é o Papa Francisco.

 

Em 2017 o Papa Francisco convocou um Sínodo para pensar uma proposta de Igreja para a juventude que se realizou em Roma no ano de 2018. Este encontro eclesial muito importante contou com a participação de um grupo representativo de jovens de vários países, incluindo o Brasil, e teve como tema: “Juventude, Fé e Discernimento Vocacional”. Colhendo as sugestões dos participantes do Sínodo, o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica Pós-Sinodal, com o nome Cristo Vive (CV) (em latim: Christus Vivit). No documento CV o Papa Francisco dirige-se aos jovens, cristãos ou não, em tom muito familiar.

 

Assim, a partir deste documento, apresento, o que eu chamo de 7 pontos do papa Francisco para pensar a juventude de hoje.

 

1º – O encontro pessoal com Jesus Cristo a partir do querigma

 

O Papa Francisco enfatiza, ao longo de todo o documento, a necessidade de que Jesus Cristo deve ser a inspiração para a caminhada dos jovens. E o seguimento íntimo e profundo de Jesus na vida do jovem depende do grande anúncio que vem da fé, do querigma. O convite a um encontro pessoal deve ser assumido na liberdade e motiva a vivência a uma santidade juvenil. Assim, é possível ser jovem, e ser santo, e ter uma vida cristã, assumindo os compromissos de Igreja.

 

2º – A juventude de hoje:

 

Para o Papa, “ser jovem, mais do que uma idade, é um estado do coração” (CV, n. 34). “A juventude não é algo que se pode analisar de forma abstrata. Na realidade, ‘a juventude’ não existe, existem jovens com suas vidas concretas” (CV, n. 71). Aos jovens situados na concretude de sua história pessoal, social e comunitária, com seus desafios, angústias e buscas, a Igreja quer contribuir para que vivam sua juventude como a idade dos sonhos e das escolhas, da vontade de tomar decisões e fazer experiências marcantes no caminho de seu amadurecimento progressivo.

 

3º – Apesar dos desafios, o caminho da juventude é belo:

 

“A juventude, mais do que um orgulho, é um presente de Deus: ‘Ser jovem é uma graça, uma sorte’” (CV, n. 134), e assim “a juventude é um tempo bendito para o jovem e abençoado para a Igreja e para o mundo. É uma alegria, uma canção de esperança e uma bem-aventurança” (CV, n. 135). Apesar de serem desafiados pela cultura do provisório e do descarte, do acúmulo de riquezas e o consumo de bens materiais, da massificação e da manipulação, da banalização da sexualidade, vale a pena ser jovem, ter a coragem de ousar e arriscar, sem “ter medo de apostar e cometer erros” (CV, n. 142).

 

4º – Protagonismo dos jovens:

 

O Papa Francisco várias vezes insiste: “Todos os jovens, sem exclusão, estão no coração de Deus e, portanto, no coração da Igreja” (CV, n. 235). Seus compromissos na Igreja e na sociedade são determinantes. Os jovens ajudam a Igreja a permanecer sempre jovem, a contribuir para sua autêntica reforma, tornando-a mais convertida e participativa, mais atenta aos sinais dos tempos e aos apelos do Reino. Extraordinária também é a contribuição dos jovens na construção de um mundo melhor.

 

5º – A resposta corajosa da Igreja aos apelos dos jovens:

 

O Papa Francisco muitas vezes dirige-se à própria Igreja, que precisa renovar sua relação com os jovens, proporcionando-lhes oportunidades eficazes para o encontro com Deus, o cultivo da fé e o engajamento social como sinal de amor ao próximo. Se “criar um lar é criar uma família, (…) criar lares, é criar casas de comunhão” (cf. CV, n. 217), é preciso tornar nossas paróquias e comunidades como lares dos e para os jovens, onde eles sejam realmente acolhidos e apoiados.

 

6º – Pastoral com os jovens:

Sem oferecer receitas prontas e impor projetos iguais para todos os jovens, o Papa Francisco insiste que uma Pastoral Juvenil só pode ser sinodal, ou seja, capaz de dar forma a um “caminhar juntos”. Devemos saber “aprender uns com os outros” (cf. CV, n. 207), integrando a Pastoral Juvenil na pastoral de conjunto da ação evangelizadora da Igreja, sempre em diálogo com a cultura atual dos jovens. “A Pastoral Juvenil deve sempre ser uma pastoral missionária”, para que os jovens saiam de si mesmos, buscando o bem dos outros (CV, n. 240).

 

7º – Juventude e discernimento vocacional:

 

Finalmente, o documento do Papa Francisco insiste que a Igreja precisa acompanhar os jovens no discernimento vocacional, ajudando-os a optar pela vocação que os torne realmente felizes e realizados a serviço do Reino. Realmente, o discernimento é o método e, simultaneamente, o objetivo a ser alcançado: Deus atua na história do mundo, nos acontecimentos da vida, nas pessoas que encontramos. E não se deve esquecer: “Muitas vezes, na vida, perdemos tempo perguntando: ‘Mas quem sou eu?’. E podes levar a vida inteira a questionar-te procurando saber quem és. Mas pergunte a si mesmo: ‘Para quem sou eu?’” (CV, n. 286). Trata-se, portanto, de reconhecer a gratuidade do dom da vocação, com a convicção de que vale a pena colocar a própria vida sem se contentar em avaliar perspectivas de carreira ou ganhos.

 

Quero concluir este texto com a emoção de continuar caminhando com as palavras encorajadoras de papa Francisco ditas no dia 25 de julho de 2013, na praia de Copacabana na JMJ do Rio de Janeiro:

 

Queridos jovens: se queremos que nossa vida tenha realmente sentido e plenitude, digo a cada um e a cada uma de vocês: “bote fé” e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; “bote esperança” e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; “bote amor” e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. “Bote fé”, “bote esperança”, “bote amor”.

 

Por: Carlos Eduardo Cardozo, carinhosamente conhecido por todos como “Cadu”, é Gestor Educacional da Rede Filhas de Jesus. É assessor de diversos organismos eclesiais e pesquisador do fenômeno Juvenil há mais de 15 anos, paixão e dedicação que o acompanha desde a adolescência quando já pertencia a grupos de jovens. É graduado em Filosofia, Mestre e Doutor em Educação. Especialista em Adolescente e Juventude no Mundo Contemporâneo. É autor dos livros: Jovens construindo juventudes, em sua 3ª Edição e Juventudes: Percepções atuais e múltiplos olhares, publicado em 2020, ambos pela Editora Delicatta, dentre outros textos e artigos sobre juventude, religião e educação. 

 

 

Publicado em: https://filhasdejesus.org.br/7-pontos-do-papa-francisco-para-pensar-a-juventude-atual/ 

 

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