Sinodalidade e uma teologia em sintonia com o mundo: desafios da Igreja em nosso tempo. Entrevista especial com Francisco de Aquino Júnior

24 de Setiembre de 2023

[Por: João Vitor Santos | IHU On Line]




Crise climáticatotalitarismos e um conservadorismo que rechaça qualquer diversidade em um mundo de constante transformação. Como ser Igreja diante de um cenário destes? Para o teólogo Francisco de Aquino Júnior, com certeza não é nos fechando em igrejas e bibliotecas, nem buscando um tal transcendente longe do povo e do mundo. Para ele, a pista central é seguir um caminho apontado pelo Papa Francisco. “O apelo de Francisco para uma conversão missionária da Igreja, entendida como ‘saída para as periferias’, vale também, a seu modo, para a teologia”, reflete.

 

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHUAquino faz reflete sobre o papel da Igreja na atualidade, analisa as reações e más interpretações ao pontificado. “Está em jogo, aqui, uma teologia viva, dinâmica, aberta, com ‘cheiro de povo e rua’; uma teologia que não transforma a Tradição em museu; uma teologia que leva a sério a presença do Espírito na história e se constitui como parte da missão evangelizadora da Igreja no mundo; uma teologia com cheiro e sabor evangélicos”, acrescenta.

 

Aquino também entra na seara das disputas internas da Igreja, entre aqueles que resistem ao chamado de ver o rosto de Jesus no outro e aqueles que buscam ver Jesus no pobre. Nesta linha, também recupera a história da Teologia da Libertação e de Gustavo Gutiérrez. “Gutiérrez levou às últimas consequências essa relação essencial e radical da teologia com a vida cristã, a fé ou a espiritualidade que chega a afirmar, em termos epistemológicos, que ‘nossa metodologia é nossa espiritualidade’, no sentido de que ‘o caminho que se toma para ser cristão é o fundamento da direção que se toma para fazer teologia’”, pontua.

 

Por fim, ele analisa o papel das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs e o desafio de todos superarmos a autorreferencialidade na vida da Igreja. “A doença da ‘autorreferencialidade’ se cura em ‘saída para as periferias’. A doença do ‘clericalismo’ se cura com mentalidade, dinamismo e estruturas sinodais: comunhãoparticipação e missão”, provoca.

 

Francisco de Aquino Júnior é licenciado em filosofia pela Universidade Estadual do Ceará – UECE, bacharel e mestre em teologia pela atual Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE e doutor em teologia pela Westfälische Wilhelms-Universitât Münster, da Alemanha. Realizou pós-doutorado em teologia pela FAJE. Leciona teologia na Faculdade Católica de Fortaleza – FCF e no PPG em teologia da Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP. É presbítero da Diocese de Limoeiro do Norte, no Ceará, e presta assessoria teológico-pastoral a diversas pastorais, organismos e dioceses Brasil afora.

 

Confira a entrevista… 

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