Desde la Asamblea Eclesial

27 de Noviembre de 2021

[Por: Cesar Kuzma]




Uma alegria ter participado deste momento, da 1ª Assembleia Eclesial da América Latina e do Caribe. 

 

Ter a oportunidade de discutir e de ajudar a repensar a proposta evangelizadora da Igreja Católica no continente LA e C é motivo de orgulho para todos nós que lá estivemos, seja de forma presencial ou virtual. 

 

O sentimento que temos é variado, esperança pelos passos que foram dados, frustração por ver que ainda há muito para avançar. Alegria por ver rostos novos que são sujeitos, tristeza por ver que o clericalismo ainda é forte e é uma doença que destrói e afasta toda a perspectiva livre do Evangelho. 

 

Foi importante a partilha nos grupos, a escuta de muitas vozes e o compartilhar de sentimentos que são comuns e que trazem a maneira de ser de nossos povos. Foi animador ver vozes proféticas, com coragem de denúncia e carregadas de amor à causa que carregam. 

 

Ao mesmo tempo, foi triste escutar vozes soltas, altamente clericais e que não avançam para uma mudança mais profunda em dados estruturais. Enobrece ver leigos e leigas que se lançam, entristece ver rostos que emudecem. Anima ver a força da libertação, desanima ver que muitos ainda não podem falar. 

 

É bonito quando todos falam em conversão, mas falta algo quando esta conversão é apenas interior, que não transborda e não transcende, não muda e não transforma realidades. 

 

Dá esperança ver a Igreja viva, mas esta vida deve ser assumida na opção pelos pobres, pelos excluídos, por quem está a margem da sociedade, na defesa do meio ambiente, de nossos jovens e trabalhadores, da liberdade, do direito e da justiça, pois esta é uma característica da Igreja da América Latina e do Caribe, e ela não se pode deixar. Ilumina ver vários rostos e culturas originárias, mas a defesa dos nossos povos, de suas terras e de suas lutas deve ser a nossa causa. 

 

Encoraja ver vários ministérios lado a lado, incomoda ver a ausência de uma igreja mais laical, que se fortaleça em vários carismas e com uma presença mais forte da mulher, naquilo que é de seu direito e para o qual tem autoridade para ser.

 

Nesta semana, fomos levados a refletir sobre nossas dores e esperanças, desafios e horizontes, na força do coletivo e para além do individual. No entanto, mesmo com as críticas que temos, que é natural e edifica, o sentimento que fica é de alegria e de esperança. 

 

As respostas não estão prontas, elas devem ser construídas. O tempo é superior ao espaço e a realidade é mais importante que a ideia, diz Francisco. 

 

Um primeiro passo foi dado, e ele vai exigir abertura e compromisso. O vinho que temos é novo, mas os odres ainda são velhos. 

 

Precisamos mudar os odres para cuidar melhor do vinho e com isso avançar na proposta que é de fato: uma igreja de discípulos missionários, em saída para todas as periferias, existenciais e sociais. 

 

Aí sim, o todo será maior do que as partes e a unidade vai prevalecer sobre todo conflito. Esta é a linha de Francisco e ela deve acontecer. 

 

Em cada passo, em cada rosto, em cada ação, em cada ponto de esperança, que se faz audaz e insistente, teimoso e criativo. Tudo pode ser feito novo. 

 

Cesar Kuzma - Rio de Janeiro

27/11/2021

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