[Por: Joaquim Armindo]
Estamos a atravessar um tempo a que se deu o nome de “Tempo da Criação”, começado em setembro terminará no dia de São Francisco de Assis, 4 de outubro. Este mês da Criação tem envolvido figuras da Igreja; houve mesmo uma histórica declaração conjunta do papa Francisco, do Arcebispo de Cantuária (anglicano) e de Bartolomeu I, da Igreja Ortodoxa. Esta declaração tem uma particularidade dado ser o primeiro documento sobre a Criação escrita pelos três hierarcas e por começar pela palavra Sustentabilidade. A Criação é única e unida nada a pode separar, pois é ela capaz de uma unidade, na pluralidade de ideias, que fará florescer uma unidade que estamos tão longe e tão perto dela. Este mês é, portanto, um mês de orações pela Criação, de pequenos gestos a favor da Criação e, também, certamente, de grandes esquecimentos até ao próximo ano, onde se farão gestos como os deste ano. Se os gestos são importantes, eles, porém, podem provir de pessoas que nada sabem de Sustentabilidade e da Criação. Não falo dos três hierarcas acima descritos, porque eles têm dado provas que estão certos do que está a acontecer, mas de tantos que nas igrejas particulares nada sabem, nem querem saber, deste tempo ou da Criação. Não deixa de ser bonito rezar em conjunto e provar a Deus esta vontade de sermos um, como Jesus é com o Pai, mas pode não passar de uma relíquia acinzentada que ao nosso mundo nada dará. Não esquecemos o que disse, e bem!, o Conselho Mundial de Igrejas sobre o assunto há dezenas de anos ou a encíclica Laudato Si´, do papa Francisco ou mesmo a voz de Bartolomeu I, mas sentimos que para lá das comemorações as igrejas e as suas bases nada conhecem, nem querem conhecer, para lá de uma ou outra organização que luta pela Criação, mas que não é voz, nem possui capacidade para a unidade de todos e todas no combate por uma Criação onde valha a pena viver…
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