05 de Junio de 2020
[Por: Emerson Sbardelotti]
O DIA DO SENHOR EM CASA
EVANGELHO DE JOÃO 3,16-18
16Pois Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que não morra quem nele acredita, mas tenha vida eterna. 17Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por meio dele. 18Quem acredita nele, não é julgado; quem não acredita, já está julgado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus.
O Evangelho de hoje, faz parte do diálogo entre Jesus de Nazaré e Nicodemos (Jo 3,1-21), fora deste contexto não entenderemos o texto. Nicodemos reconhece que Jesus vem de Deus, porém, sabe que precisará romper com os laços sociorreligiosos para tornar-se discípulo de Jesus de Nazaré. Nos versículos proclamados, observo que Jesus não fala mais somente para Nicodemos, mas para todos nós.
Uma certeza: as convicções da comunidade a respeito de Jesus de Nazaré, o Filho enviado por Deus para que todas as pessoas tenham vida e a tenham em abundância. Porém, como dissemos, numa reflexão anterior, não há salvação para o cristão e a cristã sem que passe pela cruz. Nós acreditamos no Crucificado/Ressuscitado, e o seguimos.
Os verbos amar e dar são muito importantes para a compreensão do texto. O sujeito de ambos os verbos é Deus. Deus é amor, por isso entrega seu único Filho, para que o mundo o reconheça e o siga, em outras palavras, reencontre o caminho da justiça, da paz, da misericórdia, da solidariedade, da bondade. O ser humano é fruto deste amor dado por Deus.
Uma das mais significativas afirmações da teologia joanina: o Filho não vem para julgar, vem para salvar o mundo! É uma afirmação que dá esperança e que nos coloca na direção dos abraços de Deus. Quantos julgamentos foram e são feitos em nome de Deus, em nome de Jesus, sem nenhuma humanidade, sem nenhum cuidado, sem nenhum respeito, sem nenhum diálogo, sem nenhum encontro?
Este é o Dia do Senhor em que se comemora a Santíssima Trindade.
Maria Clara L. Bingemer e Vitor Galdino Feller dizem que a Igreja nasce no momento em que os discípulos e discípulas de Jesus recebem o Espírito Santo, em Pentecostes, e saem pelo mundo anunciando o que haviam experimentado. A Igreja é o verdadeiro sujeito da fé. É a comunidade daqueles que acolhem e transmitem a fé recebida dos Apóstolos. Assim, nossas comunidades atuais professam a mesma fé trinitária que a Igreja sempre professou. A partir da fé em Jesus de Nazaré como Filho de Deus, os cristãos, seguindo os Apóstolos, creem também em Deus, como Pai de Jesus e nosso Pai, e no Espírito Santo, que une a ambos e a todos nós num mesmo amor. Portanto, a primeira Igreja, a Igreja apostólica, é origem e norma perene para a vida da Igreja ao longo de toda a sua história. Pois na verdade os Apóstolos transmitiram às gerações futuras o que receberam de Jesus Cristo e do Espírito Santo. E assim começaram a ensinar que Deus é um só e se revela como Pai, Filho e Espírito Santo (BINGEMER & FELLER, 2014, p. 141).
Este é o Dia do Senhor, que em mais um dia de isolamento social cantamos aquele hino da Campanha da Fraternidade de 1989, de Maria Luíza P. Ricciardi e Ronoaldo Pelaquim:
Ó Trindade, vos louvamos, vos louvamos pela vossa comunhão / que esta mesa favoreça, favoreça nossa comunicação.
1. Contra toda tentação da ganância e do poder / nossas bocas gritem juntas a Palavra do viver / a Palavra do viver.
2. Na montanha com Jesus, no encontro com o Pai / recebemos a mensagem: ide ao mundo e o transformai / ide ao mundo e o transformai.
3. Deus nos fala na história e nos chama a conversão / vamos ser palavras vivas proclamando a salvação / proclamando a salvação.
4. Vamos juntos festejar cada volta de um irmão / e o amor que nos acolhe restaurando a comunhão / restaurando a comunhão.
5. Comunica quem transmite a verdade a paz / quem semeia a esperança e o perdão que nos refaz / e o perdão que nos refaz.
Emerson Sbardelotti
Simplex agricola ego sum in regnum vitae.
Arte-Vida de Luís Henrique Alves Pinto
Cita
1 BINGEMER, Maria Clara L. FELLER, Vitor Galdino. Deus Trindade: a vida no coração do mundo. 4.ed. São Paulo: Paulinas; Valência: Siquem, 2014.
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