La elección del golpe

18 de Octubre de 2018

[Por: José Neivaldo de Souza | Texto en español y portugués]




Estamos en vísperas de una elección. No soy un analista político, pero en tiempos de redes sociales, en que hay idiotas si se encuentra experto en política, tal vez yo sea sólo un ciudadano interesado en entender lo que está pasando con nuestro país. ¿Por qué la candidatura del presidenciable del PSL catapultó de tal manera a amenazar nuestra democracia? Sin enfocar sobre la propuesta neoliberal, voy a los grandes acontecimientos que desde 2013 precedieron a este conflicto: el antipetismo y el moralismo conservador.

 

El antipetismo comenzó en 2014 con la reelección de Dilma Rousseff (PT) a la presidencia de la República. Esta reelección no agradó a los partidos de coalición y, en particular, al propio candidato derrotado en las urnas, Aécio Neves (PSDB). No aceptando la derrota, inició una dura crítica contra el PT ligándolo a la corrupción. En la búsqueda de apoyos, Aécio Neves encuentró en el presidente de la Cámara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), un gran aliado. En el caso de que no haya habido apoyos del PT en la comisión de ética en relación a sus crímenes, aceptó las solicitudes de impeachment de Dilma Rousseff y comenzó entonces junto al PSDB la búsqueda para una posible plataforma en el Congreso Nacional.

 

En el interregno, los movimientos populares tomaron las calles. El Movimiento Pase Libre (MPL) el cual se desarrolló en casi todo Brasil desde 2013 y que, al principio, tenía un contenido democrático, junto además con el Movimiento Viene a la calle (MVR), cuyo objetivo era movilizar a la población a través de las redes sociales, ocupar el espacio público contra la autoridad presidencial. Con estos movimientos, la corrupción comienza a ser partidarizada, es decir, la corrupción pasa a ser de un partido: el PT.

 

Este contexto de insatisfacción política, en el Congreso Nacional y en las calles, en cierto modo, obligó al poder judicial a tomar posición. Inició entonces una operación, junto a la Policía Federal y con el apoyo de los grandes medios, para “cazar” a los corruptos. La Operación Lava-jato, encabezada por el Juez Sergio Moro, tenía el compromiso de moralizar a Brasil liberándolo de los malos políticos. Dominada la corrupción, la presión del poder político y de los movimientos populares, culminó en el impeachment de Dilma en agosto de 2016 responsabilizándola por "crimen de responsabilidad".

 

La operación “Lava-jato”, con la fuerza tarea junto a la Policía Federal, oía y premiaba a los delatores. Las investigaciones llegaron al ex presidente Luis Ignacio Lula da Silva quien, a principios de abril de 2018, sería juzgado y condenado, en segunda instancia, a 12 años y un mes de prisión.

 

El presidente de Brasil, el golpista Michel Temer, anunció la reforma: en el campo laboral, anunció la pérdida de derechos conquistados; la reforma en los sistemas de educación y la salud, con la congelación de gastos públicos por veinte años, agravaba los derechos de los más necesitados; la reforma de la previsión, si bien no fue aprobada bajo Temer, probablemente será una pauta para el próximo gobierno. Las elecciones de 2018 se sitúan en este contexto de golpe y antipetismo.

 

La insurrección del moralismo tradicional se da también en este contexto. Teniendo la cara de la corrupción, el PT sería también responsable de inmoralidades afectando principalmente a la familia tradicional. También temas como: la defensa de la propiedad y nacionalismo, resaltados por la Dictadura Militar, surgieron como un grito. Y ahora, ¿quién podrá salvarnos?

 

En respuesta, surge la figura de un mesías, opuesto a los líderes “cazados” anteriores: honesto, capaz de salvar a Brasil del caos en que se encuentra y dispuesto a impedir la vuelta del PT a la presidencia de la República. Un capitán de la reserva encaja en este papel. Apoyado por las bancadas filomilitares, ruralista y evangélica promete acabar con los movimientos populares de reivindicación por sus derechos. Minorías como LGBT, negros, indios, etc., tendrán que adaptarse al modelo patriarcal y sexista tradicional. Los métodos para conquistar el poder e impedir la vuelta del PT, a pesar de ser variados, uno llama atención: difundir noticias falsas o Fake News. Este método se utilizó en el nazismo. Joseph Goebbels, al divulgar la imagen de Adolf Hitler, dijo que "una mentira contada mil veces se convierte en una verdad". Este tipo de mesías que proclama un gobierno del miedo, de la violencia y la eliminación de derechos, sigue impunemente atrayendo a seguidores sin que nada se haga.

 

Lo que propuse fue reconstruir el contexto a partir del cual surge la figura de un mesías que, en estas elecciones, se propone salvar a Brasil de los invasores de tierra, de los bandidos y de aquellos que no encajan con los patrones "normales" de la sociedad. Este tipo de Mesías es peligroso, pues sin propuesta democrática, su plataforma de gobierno se basa sobre todo en el antipetismo y en el moralismo conservador.

 

 *     *     *

 

A eleição do golpe

 

Estamos às vésperas de uma eleição. Não sou um analista político, mas em tempos de redes sociais, em que há idiotas se achando expert, sou mais um cidadão querendo entender o que está acontecendo em nosso país. Por que a candidatura do presidenciável do Partido Social Liberal (PSL) alavancou de tal forma a ameaçar a nossa democracia? Sem focar na proposta liberal, vou em direção aos grandes acontecimentos que, desde 2013, antecederam este pleito: O antipetismo e a insurreição do moralismo tradicional.

 

O antipetismo começou em 2014 com a reeleição de Dilma Rousseff à presidência da República. A derrota nas urnas desagradou aos partidos de coligação e, em particular, ao candidato Aécio Neves (PSDB) que iniciou outra campanha contra o Partido dos Trabalhadores (PT) ligando-o à corrupção. Na busca de apoios, Aécio Neves encontrou no presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB), um grande aliado. Este, chateado por não ter sido apoiado pelos deputados petistas na comissão de ética, que investigava seus crimes, aceitou os pedidos de impeachment de Dilma Rousseff. Esta insatisfação deu início à busca de deputados e senadores que fortalecesse a oposição.  

 

Anteriormente, em 2013, houve em quase todas as capitais do Brasil, uma grande manifestação em favor do transporte público gratuito, sem vinculação com iniciativas privadas. O Movimento Passe Livre (MPL) tinha um teor democrático e apartidário, mas, foi se formatando junto a outro movimento, mais recente, o Movimento Vem pra Rua (MVR), cujo objetivo era convocar a população, através das redes sociais, a saírem nas ruas em oposição à presidente da República. Com esta oposição, no Congresso e nas ruas, o grito “fora corrupção” se encaixa ao grito de “fora PT”, “fora Dilma”. 

 

Este contexto de insatisfação forçou o judiciário a tomar posição e o resultado disso foi a articulação da Operação Lava-jato. Junto à Polícia Federal e com o apoio das grandes mídias, que divulgaria os escândalos, iniciou as fases de uma operação que iria prender pessoas públicas envolvidas em crimes de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Esta Operação, com o apoio do Juiz Sergio Moro, tinha o compromisso de moralizar o Brasil. Nominada a corrupção, a pressão do poder político e das movimentações de ruas, os escândalos da Lava-jato, levou ao impeachment de Dilma em 31 de agosto de 2016 por “crime de responsabilidade”. As investigações da Lava-jato continuaram e chegaram ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, em início de abril de 2018, seria julgado e condenado, em segunda instância, a 12 anos e um mês de prisão. 

 

Em 4 anos, Dilma impedida, Lula preso, a maioria da população indignada com a corrupção do PT, eis um cenário propício para as reformas daqueles que planejaram o golpe. A reforma, no campo trabalhista, apresentou perda de direitos conquistados; a reforma na educação e na saúde, se limitou ao congelamento de gastos por 20 anos, aviltando os direitos dos mais necessitados; a reforma da previdência, se não for aprovada sob Michel Temer, provavelmente será pauta para o próximo governo. As eleições de 2018 situa-se neste contexto de golpe e de antipetismo.

 

A insurreição do moralismo tradicional também se dá neste contexto. A ideia de que a corrupção tem uma cara se espalhou também no campo moral. O PT seria responsável pelas “imoralidades” que afetariam a família tradicional. Problemas de aborto, sexuais, demarcação de terras indígenas, e outras dificuldades foram atribuídas ao PT. E agora, quem poderá nos salvar? 

 

Em resposta ao antipetismo e às imoralidades, surge a figura de um messias, oposto aos líderes cassados anteriores. Ele se diz honesto, capaz de salvar o Brasil do caos em que se encontra e pronto para impedir a volta do Lula à presidência da República. Um capitão da reserva se encaixa neste papel. Apoiado pelas bancadas da bala, ruralista e evangélica promete acabar com os movimentos populares de reivindicação de terra e teto. Minorias como LGBTs, negros, índios, etc., terão que se adaptar aos modelos, patriarcal e sexista, conservadores. Entre os métodos de propagação das suas ideias, com finalidade de angariar mais eleitores, um chama atenção: espalhar notícias falsas ou Fake News desfavorável ao candidato do PT, Fernando Haddad. Este método fora utilizado pelo Nazismo. Joseph Goebbels, ao divulgar a imagem de Adolf Hitler disse “uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade”. Este tipo de messias prenuncia um governo da mentira, do medo, do ódio e de violência.  

 

Para terminar, este foi o contexto onde surgiu e prolifera a campanha presidencial de Jair Bolsonaro. Ele não tem grandes propostas a não ser salvar o Brasil doo Brasil do PT e estabelecer um moral social e sexual conservadora que justifique a desigualdade na família e na sociedade 

 

 

Imagem: http://extradata.com.ar/nota/9022/brasil_el_odio_y_la_nada 

 

Procesar Pago
Compartir

debugger
0
0

CONTACTO

©2017 Amerindia - Todos los derechos reservados.