Democracia o nazifascismo

04 de Octubre de 2018

[Por: Leonardo Boff | Texto en español y portugués]




Nunca en nuestra historia estuvimos situados ante una alternativa tan radical: el excapitán candidato a la presidencia, Jair Bolsonaro, que se presenta con todas las características del nazifascismo que causó millones de víctimas en Europa en la Segunda Guerra Mundial, y enfrente Fernando Haddad, al que no se le puede negar espíritu democrático. Bolsonaro mismo declaró que no le importa ser comparado a Hitler. Se ofendería si lo llamasen gay.

 

Cometió  muchas barbaridades contra las mujeres, los negros, los indígenas, los quilombolas, los LGBT haciendo incluso apología abierta de notorios torturadores. Dejó claro en declaraciones inescrupulosas que pretende imponer una política represiva contra esos grupos como política de Estado. No sorprende que tenga el más alto rechazo en las encuestas de intención de voto.

 

Entendemos su resonancia pues no son pocos los que quieren orden en la sociedad a cualquier precio y que rechazan cualquier tipo de políticos a causa de la corrupción que corroe este país. Siempre la búsqueda del orden sin preocuparse por la justicia social ni por los procedimientos jurídicos correctos fue el humus que alimentó y alimenta aún hoy a los grupos de derecha y de extrema derecha. Con Hitler fue así: “Ordnung muss sein”: “debe imperar el orden”. Pero un orden impuesto mediante la represión y el envío de judíos, gitanos y opositores a los campos de exterminio.

 

Bolsonaro explota esta búsqueda del orden a cualquier precio incluso con la militarización del gobierno, como ya ha sido publicado en la prensa. En caso de ganar, que el cielo nos libre, colocará en los ministerios clave a generales, en su mayoría jubilados, pero con una mentalidad francamente derechista y autoritaria. Hasta propone eventualmente un auto-golpe, es decir, Bolsonaro como presidente puede convocar a las fuerzas armadas, disolver el Parlamento e instaurar un régimen autoritario y altamente represivo. 

 

No tenemos alternativa sino unirnos, más allá de los intereses partidistas, para salvar la democracia y no permitir que Brasil sea considerado en todo el mundo un país políticamente paria. Esto afectaría a gran parte de la política latinoamericana, especialmente a aquellos países cuyas democracias son frágiles y están bajo el fuego del pensamiento derechista que crece en el mundo entero. 

 

No es de extrañar que conglomerados financieros que viven de la especulación, asociados a empresarios que no tienen ninguna consideración por el futuro de la patria sino por sus propios negocios, y asociados a los burócratas del Estado afectos a la corrupción y a las negociaciones turbias, constituyan la base social de sustentación de un tal régimen autoritario de cariz fascista y nazi. 

 

Sería una ruptura inédita en nuestra historia nunca habida antes. Los militares y empresarios que dieron el golpe de 1964 eran por lo menos nacionalistas y exaltaban un crecimiento económico a costa de los bajos salarios y del control riguroso de las oposiciones, con arrestos, secuestros, torturas y asesinatos, confirmado hoy hasta por documentos provenientes de los órganos de seguridad y de la política exterior de los Estados Unidos. 

El pueblo brasileño, que tanto ha sufrido ya a lo largo de la historia, primero bajo el látigo de los señores de esclavos y después por la superexplotación del capitalismo nacional, no merece sufrir todavía más. Tenemos con él una deuda que nunca llegamos a pagar. Y ella nos será cobrada hasta el juicio final.

 

Alimentamos la esperanza de que el buen sentido y la voluntad de reafirmar la democracia de la mayoría de los votantes nos librarán de este verdadero castigo que, efectivamente, no merecemos.

 

*Leonardo Boff es teólogo, filósofo y escritor.

Traducción de Mª José Gavito Milano

 

*     *     *

 

Democracia ou nazifascimo

 

Nunca em nossa história fomos colocados diante de uma alternativa tão radical: o ex-capitão candidato à Presidência, Jair Bolsonaro se apresenta com todas as características do nazifascismo que vitmou milhões na Europa na Segunda Guerra Mundial e um outro de quem não se pode negar um espírito democrático, Fernando Haddad.  Bolsonaro mesmo declarou  que não se importa  ser comnparado a Hitler. Se ofenderia se o chamassem de gay.

 

Cometeu todas tantas barbaridades contra as mulheres, os negros, os indígenas, os quilombolas,  os LGBT inclusive fazendo apologia aberta de notórios torturadores. Deixou claro em declarações inescupulosas que pretende impor uma política  repressiva contra esses grupos como política de Estado. . Não admira que possui a  mais alta rejeição nas pesquisas de intenção de voto.

 

Entendemos sua ressonância pois não são poucos que querem ordem na sociedaade a qualquer custo e que rejeitam qualquer tipo de políticos por causa da corrupção que corroeu este país. Sempre a busca da ordem sem se preoucupar com a justiça social e com procedimentos jurídicos corretos foi o húmus que alimentou e alimenta ainda hoje os grupos de direita e de extrema direita.  Com Hitler foi assim: “Ordnung muss sein”: "deve imperar a ordem". Mas uma ordem imposta pela repressão e  pelo envio aos campos de extermínio de judeus, ciganos e opositores.

 

Bolsonaro explora esta busca da ordem a qualquer preço mesmo com a militarização do governo como já foi publicado  pela imprensa. Caso ganhar, que os céus nos livrem, colocará nos  ministérios-chaves generais, geralmente, aposentados mas com uma mentalidade francamente direitista e autoritária. Propõe até eventualmente um auto-golpe, quer dizer, Bolsonaro como Presidente pode convocar as forças armadas, dissolver o Parlamento e instaurar um regime autoritário e altamente repressivo.

 

Não temos alternativa senão unir-nos, para além dos interesses partidários, para salvar a democracia e não permitir que o Brasil seja no mundo inteiro considerado  um pais politicamente  pária.

 

Isso afetaria grande parte  da política latino-americana, especialmente naqueles países cujas democracias são frágeis e estão sob o fogo do pensamento direitista que cresce no mundo inteiro.

 

Não é de admirar que conglomerados financeiros que vivem da especulação, associados a empresários que não têm nenhuma consideração pelofuturo da pátria a não ser pelos próprios negócios, associados aos burocratas do Estado, afeitos à corrupção e às negociatas constituam a base social de sustentação de um tal regime autoritário de cariz fascista e nazista.

 

Seria uma ruptura inédita em nossa história nunca havida em nossa antes. Os militares e empresários que deram o golpe de 1964 eram pelo menosnacionalistas e exaltavam um crescimento econômico às custas do arrocho salarial e do ocntrole rigoroso das oposições, com prisões, sequestros, torturas e assassinatos, hoje testemunhados até por documentos vindos dos órgãos de segurança e da política externa dos USA.

 

O povo brasileiro que já sofreu tanto ao longo da história, sob a chibata dos senhores de escravos e depois pela super-exploração do capitalismo nacional, não merece sofrer mais ainda. Temos uma dívida para com ele que nunca chegamos a pagar. E ela nos será cobrada até o juizo final.

 

Alimentamos a esperança de que o bom senso e a vontade de reafirmar a democracia pela maioria dos votantes nos livrarão deste verdadeiro castigo que, efetivamente, não merecemos.

 

* Leonardo Boff é teólogo, filosofo e escritor

 

Imagen: https://mundo.sputniknews.com/politica/201612121065496732-brasil-elecciones-presidenciales-sondeo/ 

Procesar Pago
Compartir

debugger
0
0

CONTACTO

©2017 Amerindia - Todos los derechos reservados.