III Congresso Continental de Teologia latino-americana e caribenha: “O clamor dos pobres e da Terra nos interpelam”

08 de Setiembre de 2018

[Por: Leonardo Boff | Texto en español y portugués]




Del 30 de agosto al 2 de septiembre se celebró en El Salvador, tierra de mártires, especialmente de Don Arnulfo Romero, el III Encuentro Continental de Teología Latinoamericana y caribeña con ocasión de los 50 años de Medellín (1968), reunión de los obispos latinoamericanos y caribeños que sellaron el gran viraje de la Iglesia en dirección a los pobres y a su liberación. Fue el bautismo de la Iglesia en esta nueva fase de la historia. Acudieron más de 600 personas de todo el Continente y del extranjero, lo que demuestra el interés general por ese evento y sus consecuencias posteriores. Damos aquí parte del documento final que nos ofrece un bello resumen del evento promovido por la Red Amerindia en la Universidad UCA de San Salvador: LBoff.

 

Mensaje a los pueblos de América Latina y del Caribe

 

1. Estuvieron presentes jóvenes teólogos y teólogas, así como algunos hermanos y hermanas de Iglesias evangélicas y pentecostales.

 

2. En estos días hemos reaprendido a leer nuestra fe ya vivirla a partir de los principios que nos enseñaron Mons. Oscar Romero, el sacerdote asesinado Ellacuría y tantos otros hermanos y hermanas que se hicieron nuestros maestros y maestras en el seguimiento de Jesús. Ellos y ellas nos revelan que tenemos que vivir la fe dando atención e importancia a la realidad social, política y cultural, vista a partir de la causa de los empobrecidos.

 

3. En Medellín, la Iglesia se insertó en los procesos de transformación social y política vigentes en el continente. No descansaremos mientras no podamos vivir una economía al servicio del bien común y del cuidado hacia la Tierra, el Agua y toda la naturaleza a la que pertenecemos como hijos e hijas. 

 

4. En todo el continente nos continúa interpelando lo que en Medellín se llamó “violencia institucionalizada”. Hasta hoy, la sociedad dominante no respeta ni valora a las comunidades indígenas de diversas etnias ni sus culturas ancestrales. 

 

5. Nos unimos a las luchas de las mujeres que, en todos los países, son víctimas de distintos tipos de violencia. En estos 50 años reconocemos la contribución de las teologías negras, las de los pueblos originarios y, de manera especial, la propuesta hecha por la teología feminista de pensar una Iglesia fundamentada de hecho en el discipulado de iguales. Asumimos la causa de las víctimas de abusos sexuales cometidos contra niños, adolescentes, contra mujeres y contra hermanos y hermanas LGBT. Es urgente cambiar la estructura patriarcal y clerical de nuestras Iglesias. 

 

6. Sabemos de las masacres de jóvenes, especialmente pobres y, en algunos países, en su mayoría negros, víctimas del deterioro de las condiciones de vida y de la violencia urbana. Algunos de nuestros teólogos y teólogas jóvenes están acompañando de forma creativa esas luchas. 

 

7. Las conquistas de nuevos procesos sociales y políticos pertenecen al pueblo y merecen ser defendidas a partir de las bases. 

 

8. Denunciamos la responsabilidad del imperio norteamericano, que prosigue con su política de desestabilización de los gobiernos que no se dobleguen a sus exigencias colonialistas.

 

9. Seguiremos luchando contra las políticas xenófobas, racistas e inhumanas del presidente de Estados Unidos contra los migrantes, especialmente nuestros hermanos y hermanas pobres que intentan pasar la frontera norteamericana. 

 

10. La conferencia de Medellín propuso una Iglesia profética al servicio de la liberación de nuestros pueblos a partir de la opción por los pobres. Hoy queremos comprometernos con el proyecto de una Iglesia más sinodal y valiente, en permanente diálogo con la humanidad y especialmente con los movimientos sociales, organizados para cambiar el mundo. 

 

11. Reconocemos como señal del Espíritu la propuesta del “Bien Vivir”, que recibimos de los pueblos originarios del continente. Comprendemos que el “bien vivir” es camino de una sociedad de comunión que privilegia el bien común sobre lo particular y toma en serio los derechos de la hermana Madre Tierra y de la Vida. 

 

Los zapatistas del sur de México nos enseñaron: Somos un ejército de soñadores/as. Por eso, somos invencibles. Como dijo San Oscar Romero “sigamos haciendo lo que podamos hacer, pero lo importante es hacer”. En esa esperanza firme e inquebrantable, la fuerza del Espíritu que se expresa en la fuerza de los pobres nos ilumine y nos guíe a todos/as por los caminos del Reino.

 

Nota: Todos los presentes suscribieron un texto de apoyo al Papa Francisco ante las oposiciones y resistencias que viene sufriendo últimamente por parte de los grupos conservadores que no quieren cambios en el estilo de vivir la fe cristiana en los conturbados días actuales.

 

Traducción de Mª José Gavito Milano

 

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III Congresso Continental de Teologia latino-americana e caribenha: “O clamor dos pobres e da Terra nos interpelam”

 

 

Entre 30 de agosto a 2 de setembro celebrou-se em El Salvador, terra de mártires especialmente de Dom Oscar Arnulfo Romero, o III Congreso Continental de Teologia Latino-americana e caribenha por ocasião dos 50 anos de Medellín (1968), reunião dos bispos latino-americanos e caribenhos que selaram a grande virada da Igreja na direção dos pobres e de sua libertação. Foi o batismo da Igreja nesta nova fase da história. Acorreram mais de 600 pessoas de todo o Continente e do estrangeiro o que demonstra o interesse geral por esse evento e suas consequências posteriores. Damos aqui parte do relatório final que nos oferece um belo resumo do evento promovido pela Rede Amerindia na Universidade UCA de San Salvador.

 

Mensagem aos povos da América Latina e do Caribe

 

1. Marcaram aqui sua presença jovens teólogos e teólogas, assim como também alguns irmãos e irmãs de Igrejas evangélicas e pentecostais.

 

2. Nesses dias, vivemos uma experiência, marcada pela convivência alegre e afetuosa, que se expressou em belas celebrações, diálogos em grupo, conferências, teatro, música, danças e peregrinação aos lugares sagrados do martírio de Monsenhor Romero e de outros mártires. Nossas Igrejas começaram a mudar o seu olhar de uma perspectiva que antes era centrado em si mesma para o olhar de uma Igreja para fora, ou como agora diz o papa Francisco: “em saída”. Medellín os deu a missão de ser “uma Igreja pobre, missionária e pascal, a serviço da libertação de toda a humanidade e de cada ser humano em todas as suas dimensões” (Medellín 5, 15).

 

3. Nesses dias, reaprendemos a ler a nossa fé e a vivê-la a partir dos princípios que nos ensinaram Dom Oscar Romero, o padre assassinado Ellacuría e tantos outros irmãos e irmãs que se fizeram nossos mestres e mestras, no seguimento de Jesus. Eles e elas nos revelam que temos de viver a fé dando atenção e importância à realidade social, política e cultural, olhada a partira causa dos empobrecidos.

 

4. Em Medellín, a Igreja se inseriu nos processos de transformação social e política, vigentes no continente. Não descansaremos enquanto não possamos viver uma economia a serviço do bem comum e do cuidado com a Terra, a Água e toda a natureza à qual pertencemos como filhos e filhas. 

 

5. Em todo o continente, continua nos interpelando o que Medellín chamou de “violência institucionalizada”. Até hoje, a sociedade dominante não respeita nem valoriza as comunidades indígenas de diversas etnias e suas culturas ancestrais.

 

6. Unimo-nos à lutas das mulheres que, em todos os países, são vítimas de diversos tipos de violência. Nesses 50 anos, reconhecemos a contribuição das teologias negras, as dos povos originários e, de maneira especial, a proposta feita pela teologia feminista de pensar uma Igreja de fato fundamentada no discipulado de iguais. Assumimos a causa das vítimas de abusos sexuais, cometidos contra crianças, adolescentes e contra mulheres eos irmãos e irmãs LGBT. É urgente mudar a estrutura patriarcal e clerical de nossas Igrejas.

 

7. Sabemos dos massacres de jovens, especialmente pobres e, em alguns países, em sua maioria negros, vítimas da deterioração das condições de vida e da violência urbana. Alguns de nossos teólogos e teólogas jovens estão acompanhando de forma criativa essas lutas.

 

8. As conquistas de novos processos sociais e políticos ]pertencem ao povo e merecem ser defendidas a partir das bases.

 

9. Denunciamos a responsabilidade do império norte-americano, que prossegue com sua política de desestabilização de governos que não se dobrem a suas exigências colonialistas. Seguiremos lutando contra as políticas xenófobas, racistas e desumanas do presidente dos Estados Unidos contra os migrantes, especialmente, nossos irmãos e irmãs pobres, que tentam entrar na fronteira norte-americana.

 

10. A conferência de Medellín propôs uma Igreja profética, a serviço da libertação de nossos povos, a partir da opção pelos pobres. Hoje queremos nos comprometer com o projeto de uma Igreja mais sinodal e valente, em permanente diálogo com a humanidade e especialmente com os movimentos sociais, organizados para mudar o mundo.

 

11. Reconhecemos como sinal do Espírito a proposta do “Bem Viver”, que recebemos dos povos originários do continente. Compreendemos que o “Bem viver” é caminho de uma sociedade de comunhão, que privilegia o bem comum sobre o particular e toma a sério os direitos da irmã Mãe Terra e da Vida.

 

Os zapatistas do sul do México nos ensinaram: Somos um exército de sonhadores/as. Por isso, somos invencíveis. Como disse São Oscar Romero, “sigamos fazendo o que possamos fazer, mas o importante é fazer”. Nessa esperança firme e inquebrantável, a força do Espírito que se expressa na força dos pobres nos ilumine e nos guie a todos/as pelos caminhos do Reino.

 

 

Nota: Todos os presentes subscreveram um texto de apoio ao Papa Francisco face às oposições e resistências que vem sofrendo ultimamente pelos grupos conservadores que não querem mudanças no estilo de viver a fé cristã nos conturbados dias atuais.

 

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