09 de Agosto de 2018
[Por: José Neivaldo de Souza]
Há certas situações que, independente de posições políticas, de esquerda ou direita, demandam diálogo, porém há direitos que, se não for para ampliá-los, é melhor deixá-los como estão. Falo de um direito divino, garantido pela lei humana: "o direito à vida".
Assistimos, nestes últimos dias, em audiência pública, junto ao STF, posições a favor e contra o aborto. O intuito era o de promoverem maior debate e convencerem o Supremo a tomar uma posição acerca da descriminalização ou não do aborto.
Aqueles que defendem o aborto argumentam que a pessoa humana só começa a ser formada, no ventre materno, após doze semanas. Querem dizer que, antes disso, não há problema nenhum que uma mulher decida tirar a vida de seu bebê. Nesta mesma linha, há médicos que se posicionam a favor entendendo que o índice de mortalidade, muito alto no Brasil, é questão de saúde pública e que, os abortos feitos na clandestinidade são complicados e não trazem segurança nenhuma.
Por outro lado, há os que se posicionam contra. Para eles o problema é muito maior. Por traz da descriminalização do aborto está, não só uma postura feminista, mas uma ideologia que cultiva uma cultura da morte. Quem decide o momento em que o feto passa a ser uma pessoa humana? Quais os critérios?
É um debate que vai se estendendo cada vez mais, principalmente neste momento pré-eleições onde os candidatos apresentam sua plataforma de governo.
Minha posição, longe de ser conservadora e fechada, é tradicional e tem na base uma teologia que procura resgatar a vida como principio; a vida em sua dimensão não só física, mas psíquica e espiritual.
Antes de ser um bebê, um embrião, um feto, é uma vida. A responsabilidade sobre a vida não é só da mulher, mas de todos. É um ato violento transferir a culpa ou não à autonomia da mulher. Ela não engravidou sozinha.
A estatística mostra que abortos acontecem diariamente. Mas, uma reflexão deve ser colocada: mulheres ricas também abortam, porém, as mais prejudicadas são as mais pobres.
Entendo que a vida começa no momento da sua concepção, como trata a Biologia e que é um dom divino. O debate sobre o momento em que se pode abortar parece algo que, no meu ponto de vista, é incoerente e nem devia acontecer, já que, todos os dias crianças são abandonadas e violentadas em seus direitos, diante de um Estado omisso e frouxo.
Lembro as palavras de Jesus que, por pressão social e familiar, devia ter sido abortado: "Eu vim para que todos tenham vida e vida abundante" (Jo 10,10).
Imagem: https://www.backstagemagazine.com.uy/?p=51331
©2017 Amerindia - Todos los derechos reservados.