13 de Julio de 2018
[Por: José Neivaldo de Souza]
Esta semana, acontece na Pontifícia Universidade Católica o 31 Congresso de Teologia e Estudos da Religião (SOTER). Sob o tema "Ética, Religião e Politica" somos levados a refletir sobre os valores da fé e da cidadania.
Uma pergunta se impõe à nossa reflexão: como conciliar, na prática do bem viver, a realidade da fé é da política?
O mundo pós moderno nos trouxe uma filosofia de vida e, com ela, uma ética voltada para o bem estar individual. Este não é o problema e não há mal nisso. O que nos provoca a uma séria reflexão é o fato deste bem viver estar subjugado ao lucro. Este "lucro" não é somente monetário, mas é posse das coisas e das pessoas.
Cultiva-se uma ética que incentiva, a partir do individuo, uma ideologia da "vantagem". Numa realidade de 80% de pessoas que vivem em dificuldades econômicas e 20% de pessoas que acumulam riquezas, a ambição se sobrepõe ao respeito e a corrupção à justa medida. Quanto mais se tem, mais se quer. O filósofo Bertrand Russell bem observou: a ambição da posse é nociva á aqueles que desejam uma vida livre é nobre.
Este tipo de ética pode estar na religião e na política. A religião, particularmente a cristã, que deveria ser um instrumento de libertação, mas sob esta égide pode se transformar em objeto de alienação ou ilusão. Karl Marx escreveu sobre isso: "Quanto menos comes, bebes, compras livros e vais ao teatro, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas esportes, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. És menos, mas tens mais. Assim todas as paixões e atividades são tragadas pela cobiça".
Refletir sobre uma base ética que considere o cuidado, invés da ambição, pode ajudar na formação de uma consciência mais crítica em relação à religião é à política. A Carta de São Tiago (3,16) nos incita a pensar nisso: "Pois onde há inveja é ambição egoísta, aí há confusão é toda espécie de males".
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