06 de Julio de 2018
[Por: José Neivaldo de Souza]
Poucas vezes fui levado a um hospital e algumas eu fui por conta própria, por necessidade de cuidados com a minha saúde. Mas, que importância tem um hospital? Infelizmente sua importância só é lembrada em momentos de preocupação, dor e sofrimento. No mês de julho (dia 02) o Brasil celebra o dia do hospital que, atualmente é entendido como o lugar de “assistência médica curativa e preventiva”. Para os primeiros cristãos, hospital era mais do que um centro especializado em cura física, era o lugar de acolhida, abrigo aos doentes, cuidado aos peregrinos enfermos. A preocupação com o semelhante tem na base o amor. Nesta perspectiva, seu objetivo, sem fins lucrativos, é a saúde em sua dimensão física, psíquica e espiritual.
Hoje, muitas pessoas, principalmente as mais pobres, sofrem por não ter fácil acesso a esta instituição. O Papa Francisco, ao falar no Dia Mundial dos enfermos, alertou para o risco que correm os hospitais ao se submeterem à lógica do mercado. Muitos, com objetivos filantrópicos, por falta de repasses de verbas do governo e da União, acumulam dívidas e prejuízos. Hospitais com referências em Hanseníase, câncer, queimaduras etc. às vezes se veem fechando as suas portas por falta de recursos. Hospitais de iniciativa privada têm seus incentivos, pois funcionam com recursos próprios e atuam junto a grandes empresas, mas os hospitais públicos carecem de mais atenção.
É preciso recuperar valores que cultivam o humanismo e, principalmente, a solidariedade e a assistência aos mais pobres. O Salmo (41,1-13) diz que é feliz aquele que se preocupa com a causa do pobre, pois o Senhor Deus o restaurará em tempos de enfermidades. Jesus se importou com os enfermos, desprezados de sua época, Isaías (53, 4) já o havia profetizado: “Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido”. Também Mateus (10,8), ao testemunhar os feitos do Mestre de Nazaré, instiga, ainda hoje a gratuidade do cuidado: “Curem os enfermos, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios”.
Talvez a maior enfermidade, mais que qualquer doença, seja a indiferença em relação aquelas instituições mais necessárias para uma sociedade. É preciso nos indignar com a indiferença em relação à educação, as principalmente à saúde. Santa Tereza de Calcutá observou bem: “A maior enfermidade é não ser ninguém para ninguém... temos medo da guerra nuclear, da Aids, mas não nos assusta que crianças inocentes morram todos os dias por falta de cuidados e por fome”.
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